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Carta 7 - Olinda a Alzira



Tu não podes saber, querida Alzira,
Com que alegria as cobiçadas letras
Da tua Olinda foram recebidas!
Não o podes saber, nem eu dizer-to.
Que pura a locução que Amor ensina!
Quam dif'rente linguagem da que falam
Os livros, que me dá o meu Belino!
Neles descubro o sensual estilo
Que a modéstia revolta, e que não quadra
As puras sensações que Amor excita.
Frase brutal, sem arte e sem melindre,
Qual despejada plebe usar costuma;
Neles de Amor os gostos enxovalha
Misterioso véu, que arrancar ousam
Com mão profana d'ante o santuário
Que Amor encerra, e donde o deus oculto
Manda aos mortais um cento de venturas.
Deles o numen não foge, e por castigo
Leva após si deleites que não provam.
Em vez de graças mil, de mil prazeres
Priapeu tropel ímpios incensam.
Dá-me tédio a lição de escritos torpes,
Onde o prazer fugaz, lassos os membros,
Sob mil formas em vão se perpetua.
Lassos os membros, lassos os sentidos,
Debalde esgotam, sôfregos de gostos,
De impudicícia inumeráveis gestos.
Morre a chama que amor mútuo não sopra;
Como é vil a expressão e é vil o gozo
Que uma Teresa, que outras tais francesas
Em impuros bordéis gabar se ufanam!
Foi-me preciso, Alzira, usar do império
Que a um fraco sexo deleitosos modos,
Fagueiros, temos, emprestar costumam,
Para do amante meu obter a custo
De obcenas produções o sacrifício,
Que o coração corrompem e devassam
Puros desejos, sentimentos doces.
Mostrei-lhe que o prazer esmorecia
De amável ilusão sem os prelúdios;
E que, apesar dos seus vivos protestos,
Se os sentidos assaz lisonjeava,
Mil emoções gostosas embotando,
Impelido a gozar continuamente,
Escravo do prazer na sua amante
Não fartaria hidrópicos desejos;
Ardentes Messalinas buscaria,
Entre os braços dos quais mais fácil era
A vida termo pôr, que saciar-se.
Cedeu às minhas súplicas, e agora
Grato me diz que, se ele da ventura
O caminho me abriu, eu nele o guio.
Assim, quando os sentidos, fatigados
De amor, se negam esgotar delícias,
Mana do coração inexaurível,
Prolífica virtude que os alenta
Assim de gostos perenais correntes
Franqueia Amor a quem o não profana.
De Amor os gozos são como o diamante,
Que, sem o engaste que tocar-lhe veda,
Perdera a polidez, perdera o brilho.
Ame o lascivo o mau, o torpe o obsceno:
Eu em tuas expressões aprendo, Alzira,
Como a ternura impera nos sentidos;
E, dum e doutro regulando as forças,
De amorosos troféus e requinta a glória.
O sensual atola-se nos vícios,
Cujo infesto vapor todo o corria
De lançar-lhe no túmulo o esqueleto;
Doutra arte aquele que libar suaviza
Néctar que Amor esparge aos seus validos,
Das rugas e das cans não teme o estrago,
Que nos últimos anos pode ainda
Em seu transporte Amor beijar na face.
Mas que exiges de mim? Pensas, Alzira,
Que a rude Olinda como tu descreva
A emanação dos gostos, que se provam,
Quando o primeiro amor os desenvolve
Da terna virgem ao inocente peito?
Reclamas a candura de que usava
Antes de me ilustrar de Amor o facho?
Ousas mesmo increpar-me de artifício,
Porque eu não soube delicada teia
Urdir aos olhos teus, porque eu não soube
As efusões de amor envolver nela,
E, qual me envias, dar-te digna oferta?
Basta, tu mandas; vou obedecer-te,
Tenho ante os olhos instruções sobejas
Para pintar o quadro dos deleites
Que de dois entes, num absortos, brotam.
Tu me dás os pincéis, o molde, as cores
E no meu coração, prezada amiga,
Fecunda o gozo meigos sentimentos,
Que só acabarão, se amor acaba!...
Que quiméricos Céus forma a impostura!...
Onde mores delícias se prometem
Que as dum amante doutro ao lado unido?
Eu sonhava ilusões, antes que fosse
Nos mistérios de amor iniciada.
Errava de um em outro labirinto,
Donde os conselhos teus, amada Alzira,
E amor, dando-me o fio d'Ariadna,
Me fizeram sair; deixam-me forças
Para abafar o monstro, que meus dias
Tinha de funestar com vãos temores,
Filhos do erro vil, da fraude abortos.
Qual vagueia nas trevas sem acordo,
Perdido o tino, aflito, o caminhante,
D'alta serra entre as faldas pedregosas
Ou de ínvia selva na espessura vasta;
Aqui tropeça, ali se encontra e bate,
Macera as mãos, o rosto, e tenteando
Um pé lhe escapa, cai, rola-se o triste,
E num báratro crê despedaçar-se.
Eis improvisa luz assoma ao longe;
Atenta o infeliz, toma-a por norte,
E dos p'rigos que o cercam, se vê salvo:
Tais tuas letras para mim brilharam
Na escuridão fatal, que me envolvia.
Não espaçou Amor ditoso prazo,
Para no grémio seu tua Olinda,
Benfazejo, acolher. Vira eu Belino
Passar uma e mil vezes, atentando
Com interesse em mim; atentei nele
Em seu terno olhar e meigos gestos;
Vi que um amante o Céu me destinava.
Em breve os olhos meus lhe responderam
As mudas expressões que os seus diziam;
Em breve as suas cartas, de amor cheias,
Fizeram dar igual calor às minhas,
Acendendo os meus férvidos transportes.
Numa cerrada noite, quando ao sono
Estava tudo entregue, Amor velando
No meu peito e no seu, a vez primeira
Nos ajuntou, enfim. Ele exultava
De indizível prazer: eu me sentia
Na agitação maior de gosto e susto
Ao dar-lhe a mão, para o guiar de manso
Té ao aposento meu, súbito fogo
Calou-me as veias, penetrou-me toda.
Mas quando, já fechados um com outro,
Vi que seus gestos, mais que suas vozes,
Sua ternura ousada me exprimiam,
Lembrou-me o p'rigo a que me havia exposto,
Tarda lembrança, que cedia a embates
De ignoto medo, que o rubor gerava!
Queria eu impedir-lhe ardentes beijos,
Mas vedavam-no as chamas que acendiam.
E às primeiras carícias insensível,
Lutando entre o pudor e entre o desejo,
Em mil contrárias reflexões absorta,
Meu silêncio e inacção a empresas novas,
De maior valor, Belino excitaram.
Confesso que deveras quis opor-me
A seus intentos, no primeiro instante;
Porém, pouco tardou que, abraseada
Em chamas voluptuosas, resistindo
A seus esforços, mais lhe franqueava
Fácil acesso a próximos triunfos.
Sentado junto a mim, lançando um braço
Em redor do meu colo, até cingir-me
E obrigar-me a chegar ao seu meu rosto;
Com a mão sobre os peitos, inquieta,
Que ao crebo palpitar os apressava,
E os lábios discorrendo os olhos, faces,
Té fixá-los nos meus, ou por entre eles,
Confundindo os alentos, lançar chamas
Dentro em meu coração, qual facho aceso;
A ardente língua sua unindo à minha,
Ou, sobre o seio me colando a boca,
Nele impressos deixar seus próprios beiços.
Com mão mais temerária, do vestido
Pela abertura a ocultos atractivos
Indo o fogo atear... Ah! que eu não pude
Mais resistência opor a seus desejos!
Apenas leve fisga separando
Um dedo seu, que um raio parecia,
Tocou o sítio onde os deleites moram.
Súbito, alvorotados, uns com outros
Travando estranha luta, me levaram
Onde, fora de mim, quási sem vida,
Só quando então gozei, gozar podia.
Dos membros todos foram engolfar-se
As sensações ali; e só tornaram
A ser o que eram, quando ao mesmo tempo
Sua potência intrínseca exalando,
Fiquei de todo lânguida, e abatida,
O perverso Belino atentos olhos
Nos meus então fitando, quis ler neles
De que ficções minha alma se ocupava.
Foi extremo o rubor, que de improviso
Minhas faces tingiu; lancei-lhe os braços,
Escondendo meu rosto no seu peito,
Por não poder suster-lhe as doces vistas.
A minha terna acção atraiçoou-me;
Que o maligno, pegando--me do rosto
Com ambas suas mãos, mais me encarava.
De confusa me ver folga e se ufana,
Com beijos mil parece devorar-me;
Entre os seus braços mais e mais me aperta,
E pouco a pouco sobre mim se inclina;
Minha cabeça no sofá encosta,
Meus pendentes pés trava, e os submete
Entre os seus mesmos, té que, enfim, de todo
Senti do corpo seu o peso grato.
Meu leito era defronte: mas Belino
No largo canapé circ'lo bastante,
Hábil atleta, achou para o combate.
Perplexa, em mil afectos engolfada,
Irada, enternecida, em cruel luta,
Meus sentimentos todos labutavam.
Um tímido pudor activos fogos
Contrariava em vão, em vão retinha
Ignotos medos, sôfregos desejos.
Suspensa e curiosa, eu esperava
Gostosa cena, em que prolixas noites
Pensando o que seria, despendera.
Enquanto desta sorte embelezada
Me tinham tais ideias, já Belino,
No frenesi maior de grau ou força,
Os meus secretos votos preenchia.
Em tomo da cintura levantados
Meus trajos inferiores, sobre os joelhos
Sentindo os de Belino desprendidos,
Alargando-me os pés, tomando, entre eles,
Vantajosa atitude a seus projectos,
Franqueando co'a mão fácil entrada
A chamejante lança, que tocava
O mesmo sítio que invadira o dedo,
Forcejou para ferir-me com seus golpes,
Com ímpeto tamanho, com tal raiva,
Que nem dos gritos meus se comovia,
Nem podia o meu pranto apiedá-lo:
Co'o forte impulso as movediças carnes
Levava-me às entranhas; da ferida
Corria o sangue, mas sem que pudesse
Ao ferro assolador achar bainha.
Seus dedos sanguinários finalmente,
Duma e outra parte com vigor sustendo
Flexíveis membros, redobrando as forças
Da valente impulsão, a cruel lança
Rompeu cruente ingresso... Traspassou-me.
Que dor, AlziraL. Dei tão alto grito,
Que Belino, depois, disse o assustara.
Bem que fosse de meus pais distante o quarto,
Sem sentidos fiquei, enquanto o amante
Os troféus da vitória recolhia;
E só tornei a mim, quando ao meu sangue
Suave irrigação veio mesclar-se,
A agitações de gosto a dor cedendo.
De gosto inexaurível, que provara.
Num momento apertada com Belino,
Na activa sensação, toquei com ele
A meta das delícias, transportada
De muito mais prazer do que a dor fora.
Neste instante, convulsa e delirante,
E como se um espasmo suportasse,
Inteiriçada toda, os meus alentos
Senti reconcentrar-se num só ponto.
Findava o meu amante, inda eu gozava
(Comprimindo-o comigo) altas venturas,
De que, sedenta então, não poderia
Fartar-me assaz: meus braços exauridos,
Meu colo e pés, eu toda fatigada
Do veemente tremor em que lidara,
Caí prostrada, quási semi-morta.
Quando a meus olhos (que caligens densas
Tinham coberto) a luz tornou de novo,
Volvi-os sobre o amante, de tal sorte
Que, ao vê-Io, já súplice o instigava.
Não ficava ocioso neste tempo,
Que no exame gastou do entrado forte,
Pasmado dos estragos que fizera,
E dos despojos que lucrava alegre.
Da máquina que a praça expugnou firme,
A estrutura e altivez eu divisando,
Custava-me a atinar como pudera
Plantar o oblisco no reduto estreito.
Belino, minhas vistas compreendendo,
Faz-me sentir, forçando-me a tocá-lo,
Marmórea rigidez, cor escarlate,
Forma e calor de obuz, que disparava.
Quando submisso, da peleja lasso,
O vi depois sem o estendido conto.
Brancas roupas trajava, mais humilde;
Mas agora, afrontando, arremeçando,
Monarca ufano, a púrpura do colo,
Com furor ao combate se aprestava.
Reverberou seu fogo em minhas faces,
E a veia e veia, delas espalhado,
De todo o corpo me filtrou os membros.
Da lascívia ao pudor jungindo o peso,
Fez-me Belino levantar; e, tendo
Ele, sentado, unidos os joelhos,
Sobre eles me sentou, e franco acesso
Da lança abrindo à ponta, a foi de manso
No riste pondo, té que a meio conto
Nele embebida, sobre si de todo
Levando o peso meu, entrou de modo
Que fiquei té às vísceras varada.
A introdução tão forte pouco afeitos,
Meus delicados membros se avexaram;
Mas curvando-me um pouco e com justeza,
Achei convir ao estojo o instrumento,
Cuja palpitação, sem ajustar-nos,
Em cadência recíproca aliada,
Bastava a provocar gosto indizível,
De modo que sem mais fadiga eu pude,
Na grata posição Belino imóvel,
Atingir o prazer mais saboroso,
Nadar em mil deleites engolfada.
Aqui, amada Alzira, essa virtude
Que apelidam pudor, foi-me odiosa.
De seus grilhões liberta, possuída
De um venério furor, impaciente
De comprimir a mim o caro amante,
Arranquei-me da lúbrica atitude,
Sobre ele me arrojei, toda ansiosa
De me identificar co'o meu Belino.
Estreitada com ele, abandonada
De amor à raiva que ambos incendia,
Sobre mim o arrastei junto do leito,
Onde ao meu peito o seu, aos seus meus lábios,
Do corpo os membros todos enlaçados,
Misturando nos ósculos o alento,
Nos ósculos libando doce néctar,
Em tal agitação, que aos céus alçar-me,
E abater-me aos abismos parecia,
À vida de absorver a grossa lança,
De sofrer-lhe a riqueza diamantina,
E de arrostar-lhe os golpes incessantes,
Sentindo o instante em que violento impulso
De celeste efusão marcava o termo.
Nas mãos e nos pés sós firmando o corpo.
Tanto me impertiguei, que o meu amante
Sustive sobre mim, suspenso, enquanto
Aos finais paroxismos sucumbindo,
Ao meu uniu seu último gemido,
E dentro das entranhas abrasadas
Lançando-me torrentes d'almo influxo,
Submersa me deixou, num mar de gozos.
Ju1gas, Alzira, que entre tanto gosto
Na assídua compressão me não doíam
As maceradas, melindrosas carnes?
Ah! que esta dor pelo prazer vencida
Irritava emoções deliciosas,
Sobrelevava às sensações mais gratas.
Qual sequioso cervo, repassado
Da calmosa avidez, suaves gotas
Rábido anela e quanto é mais sofrida
Ardente sede, tanto mais ensopa
Uma e outra vez insaciáveis fauces,
Não d'outra sorte flagelados membros,
Da dor pungidos de cruéis combates,
Balsâmica emoção consoladora
Com avidez sucavam, insofridos.
A aluvião prolífica eu sentia,
Pruridos divinais, e estremecendo
A melíflua impressão, perenais gozos
Bastante tempo após gozava ainda.
Neste instante expirou, dentro em minha'alma,
Temor nefando, que imolava ao culto
Nova moral raiou de Olinda aos olhos;
Eu tive em pouco ríspidos preceitos,
Ameaças cruéis, com que ralavam
Meus anos infantis. Doeu-me, Alzira,
De ver tanta beleza definhada,
Da hipocrisia vítimas infaustas.
Aponta a idade, em que é d'amor forçoso
As delícias gozar; em que almo viçoso,
Como nas plantas, nelas assinala.
Grata reprodução consigo abafam,
Envenena-se o germen da natura,
Infecção purulenta as vai minando,
Que seus dias termina ou os condena
A lânguida existência. Abate o corpo,
Abate o esp'rito, corroído o alento.
Inovámos a acção, eu e Belino;
De iguais em força, sem perder coragem,
Nenhum de nós cedeu, bem que durasse
Algumas horas o combate aceso;
Mas da noite feliz o longo manto
Que os mistérios de amor comete às trevas,
Com róseos dedos a invejosa Aurora
Cruel abrindo, fez dentro em meu peito
A escuridão entrar, que em torno tinha.
Foi-me odiosa a luz, que afugentava
De mim com o amor p'renes delícias
Uma e outra vez Amor tem facultado
Ao constante Belino, à terna Olinda,
Outros, como estes, prósperos momentos.
São de tormento para mim os dias
Que tê-lo junto a mim debalde busco.
Para ele o tempo que sem ver-me gasta,
Figura-lhe de um século a distância.
Já Himeneu houvera de enlaçar-nos,
Se o mundo, Alzira, o mundo, que não cuida
Senão em maquinar sua ruína,
De longo tempo não tivesse urdido
Iníquas tramas, hórridas ciladas,
Que ao homem (digno prémio da sua obra)
Barreiras põem na estrada da ventura.
Retrocede o infeliz dum a outro lado
Tropel de Fúrias, que consigo arrasta,
Negras voragens vê ante os seus passos,
Filhas do Erro, que animou insano.
A Fortuna, que foi comigo larga,
Negou seus dons a meu querido amante.
Ele não conta nobres ascendentes,
De quem meus pais se dizem oriundos.
E quanto basta para erguer muralhas
De alcance, entre ele e mim, inacessíveis.
O ditoso Himeneu não me é preciso;
O Himeneu, aparato de teus votos,
Para entre os braços seus tecer afouta
Indissolúveis nós co'o meu Belino
Sou d'ele, é meu; os homens que se ralem.
Alzira, tu, que a amor meu peito abriste,
Abre meus olhos à Natura inteira;
Eu quero nela ver os meus destinos;
Só nela eu quero divinais verdades,
Solícita, explorar, viver só nela.
Cumpre as gratas promessas que me fazes,
Deva a ti só a tua Olinda tudo.
Não há para os cristãos um Deus dif'rente
Do que os Gentios têm, e os Muçulmanos.
O que a razão desnega, não existe;
Se existe um Deus, a natureza o of'rece;
Tudo o que é contra ela é ofendê-lo.
Devo eu seguir o culto que me apontam
As impressões da própria Natureza?
Tenho uma religião em praticá-lo?
Que mundo é este, pois, prezada Alzira?
Têm os homens levado o seu arrojo
Té forjarem um deus na ousada mente,
Traçar-lhe cultos, levantar-lhe templos,
Atribuir-lhe leis, que a ferro e fogo
Estranhos povos a adorar constragem,
Imolando milhões à glória sua?
Nos lábios têm doçura e probidade,
No coração o fel, a raiva. Os monstros
São maus por condição, ou maus por erro?
Não, eu não posso, Alzira, deste enigma
Romper o denso véu: minhas ideias
Jazem num caos de hórrida incerteza;
Hesitar me não deixes por mais tempo.
Minha instrução confio aos teus cuidados;
D'amizade o esplendor, dá-te a mim toda;
Acaba de fazer-me de ti digna.



Bocage

1765-1805, in "Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas"

Publicações Europa-América



24/12/2006
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