albatroz - images, songes & poésies

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3 questions à Olivia Zemor

 
3 QUESTIONS A  OLIVIA ZEMOR
animatrice du mouvement CAJPOEuropalestine et  de la Livrairie Resistances (Paris 17ème)
 

1 -  La Librairie Résistances est devenue la cible la plus visée des attaques des groupes sionistes armés en France; à quoi attribuez-vous cette recrudescence?
 
Oui, il n'y a pas beaucoup d'équivalents en France, et notamment en région parisienne, de notre librairie, qui est également une bibliothèque et qui dispose d'une salle de conférences et de projection de films. Nous accueillons chaque semaine des auteurs, des militants de diverses causes : FrançAfrique, Amérique Latine, Sans Papiers, Anti-guerre... mais aussi bien entendu des militants palestiniens ou des opposants israéliens à la politique israélienne (voir nos conférences sur le site http://www.librairie-resistances.com ), car nous estimons que la situation au proche-orient est un noeud central, qui détermine la paix ou le chaos dans le reste du monde. Ce qui n'est pas pour plaire au lobby israélien, qui est particulièrement agité depuis les massacres de Gaza, la vague d'indignation qu'ils ont suscitée dans le monde entier, et la campagne internationale de boycott d'Israël qui s'en est suivie.
Un lieu de discussion, qui milite contre la propagande "choc des civilisations", contre toutes les formes de racisme, et notamment contre l'islamophobie qui se développe en France, et qui résiste au chantage à l'entisémitisme, n'est pas pour plaire aux nervis fascistes de la LDJ. Ils se calent sur la politique de la force brute adoptée par les dirigeants israéliens dans la région. Et sont encouragés par la politique française de collaboration avec le terrorisme d'Etat israélien. La france est le deuxième fournisseur d'armes mondial à Israël. Elle collabore à la construction des fameux drones, avions sans pilote, qui larguent des bombes sur les populations civiles. Elle reçoit sans broncher des fascistes comme Lieberman. Alors...
 
2 - Tout ce passe comme si l'activité des ces bandes bénéficiaient d'une certaine impunité, voir même, d'une certaine protection qui va bien au-delà d'une simple tolérance...; comment expliquez-vous cela?
 
Je ne me l'explique pas. Nous le constatons. C'est un phénomène très grave qui se poursuit depuis des années. Le Bétar et la LDJ se livrent à des attaques physiques, à des agressions de biens et de personnes pacifiques, sans que les autorités françaises, qui connaissent parfaitement les locaux dans lesquels ils s'entraînent militairement, n'interviennent. En avril 2002, un commissaire de police avait même été poignardé et grièvement blessé par l'un d'eux, qui a été arrêté, puis exfiltré en Israël, le gouvernement français ayant dissuadé ce policier de porter plainte, pour "ne pas provoquer d'antisémitisme en France". Comme vous pouvez imaginer, c'est le résultat contraire qui risque de se produire, quand on ne cesse de parler de "tolérance zéro", de faire la chasse aux "racailles" dans les banlieues populaires, mais qu'on laisse sévir de telles bandes fascistes. Ces dernières avaient même réussi, il y a quelques années, à faire financer par la CAF leurs "colonies de vacances" pour adolescents en Israël (en fait des camps d'entrainement militaire). Nous avions mené l'enquête et le Canard Enchaîné avait publié l'info.  Cela donne une idée du degré d'impunité !
 
3 - Pour une fois, l'agression du 8 juillet a soudé dans la condamnation un bon nombre d'organisations anti-imperialistes et anti-racistes. Cependant, la faiblesse du mouvement de solidarité organisé avec la Palestine contraste avec le regain de sympathie de la cause auprès de l'opinion publique, n'est cepas?
 
Oui, l'aspect positif de cette agression, qui fait penser aux autodafés de livres par les nazis, est qu'elle a suscité un soutien très large et une détermination à obtenir enfin l'interdiction de cette association qui a pignon sur rue en france, qui dispose, rappelons-le de locaux, d'un site internet, et qui attaquait pas plus tard que le 23 juin dernier le conseil municipal de Vitry sur Seine (94). J'espère que le rassemblement de mercredi soir 8 juillet, à partir de 18 H 30, devant notre librairie Résistances  (4 Villa Compoint. A l'angle du 40 rue Guy Môquet. M° Guy Môquet. Ligne 13) sera le point de départ d'une mobilisation commune, qui a trop souvent fait défaut.
 
(interview publiée par le journal Mudar de Vida :
 
 
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Livraria parisiense atacada por um grupo sionista

Um comando de cinco homens encapuzados e declarando pertencer à Liga de Defesa Judaica (LDJ) atacou no passado dia 3 de Julho a livraria Resistances [Resistências], situada no 17.° bairro parisiense, ocasionando várias destruições materiais. Não é a primeira vez que esta livraria é objecto de agressões orquestradas pelas organizações sionistas armadas, como é o caso da LDJ, organização terrorista proibida em… Israel e… nos Estados Unidos da América!
A livraria, aberta em 2007, desenvolve uma vasta actividade de apoio ao mundo árabe e à Palestina em particular. Na véspera da agressão, tinha acolhido nas suas instalações uma conferência de Mahmoud Suleiman, presidente da câmara da aldeia de Al-Masara, na Palestina ocupada.

No dia 8 de Julho, cerca de 300 pessoas concentraram-se junto às instalações da livraria para protestarem contra agressão. O protesto, organizado pelos próprios animadores da livraria, contou com o apoio de vários partidos e associações empenhados na luta anti-racista e no apoio à causa palestiniana. Certos oradores lamentaram a ausência no acto de personagens públicas, tais como Bertrand Delanöe, presidente socialista da câmara de Paris, ou da deputada do bairro, De Panafieu, do partido governamental UMP, ou ainda… de Fréderic Mitterand, o recém-nomeado ministro da cultura.

Todos insistiram sobre a necessidade de pôr termo às actividades terroristas das milícias
sionistas e exigiram que o governo dissolva a Liga de Defesa Judaica (LDF), principal organização implicada nas agressões mais recentes.
 


3 perguntas a Olivia Zemor
animadora da livraria Résistances e do movimento de apoio à Palestina CAPJPO.

1. A Livraria Resistances tornou-se o alvo mais visado dos ataques de grupos sionistas armados em França; a que atribui esta reincidência?

Sim, não existem em França, e designadamente na região parisiense, muitas equivalentes à nossa livraria, que é também uma biblioteca e que dispõe de uma sala de conferências e de projecção de filmes. Nós acolhemos todas as semanas autores e militantes de diversas causas : FrançÁfrica, América Latina, Indocumentados, Movimento anti-guerra… mas igual e evidentemente militantes palestinianos ou opositores israelitas à política israelita (consulte as nossas conferências no sítio
http://www.librairie-resistances.com), porque julgamos que a situação no Médio Oriente é um "nó" central, que determina a paz ou o caos no resto do mundo. O que não agrada ao lóbi israelita, que está particularmente agitado desde os massacres de Gaza, dada a vaga de indignação que suscitaram por todo o mundo e a campanha internacional de boicote que se lhe seguiu.
Um lugar de discussão, que milita contra a propaganda do « choque de civilizações », contra todas as formas de racismo, e designadamente contra a islamofobia que se desenvolve em França, e que resiste à chantagem do anti-semitismo, não agrada aos homens de mão fascistas da LDJ. Apoiam-se numa política de força brutal adoptada pelos dirigentes israelitas na região.
E são encorajados pela política francesa de colaboração com o terrorismo do Estado israelita. A França é o segundo fornecedor mundial de armas a Israel. Colabora na construção dos famosos aviões telecomandados, sem piloto, que largam bombas sobre as populações civis. Sem reagir, recebe fascistas como Lieberman. Portanto…

2. Tudo se passa como se a actividade destes bandos beneficiasse de uma certa impunidade, até mesmo de uma certa protecção que ultrapassa a simples tolerância… Como o explica?

Não o explico. Constatamo-lo. É um fenómeno muito grave que perdura no tempo. O Bétar e a LDJ dedicam-se a ataques físicos, a agressões a bens e a pessoas pacíficas, sem que as autoridades francesas, que conhecem perfeitamente os locais onde são ministrados os seus treinos militares, intervenham. Em Abril de 2002, um agente da polícia tinha sido apunhalado e gravemente ferido por um deles, que foi preso e depois extraditado para Israel, e o governo francês dissuadiu o agente de apresentar queixa, para "não provocar o anti-semitismo em França". Como podem imaginar, é o resultado inverso que corre o risco de se produzir, quando por um lado não param de evocar a "tolerância zero" e de perseguir a "escumalha" nas periferias populares, e por outro lado deixam intensificar a actividade destes bandos fascistas. Estes conseguiram, há alguns anos, que a CAF [caixa de subsídio familiar] subsidiasse as suas "colónias de férias" para adolescentes em Israel (na realidade campos de treino militar). Nós fizemos a investigação e o [jornal] Canard Enchainé publicou os resultados. Isto dá uma ideia do grau de impunidade !

3. Pela primeira vez, a agressão de 3 de Julho congregou um grande número de organizações anti-imperialistas e anti-racistas na sua condenação. No entanto, a fraqueza do movimento de solidariedade com a Palestina contrasta com a retoma de simpatia pela causa junto da opinião pública, não é verdade ?

Sim, o aspecto positivo desta agressão, que faz recordar os "autos de fé" de determinados livros pelos nazis, é o facto de ter suscitado um apoio muito alargado e uma determinação para que se obtenha por fim a proibição desta associação tranquilamente instalada em França e que dispõe de instalações, de um sítio na internet e que atacou no último dia 23 de Junho a assembleia municipal de Vitry sur Seine [nos arredores de Paris]. Espero que a manifestação de quarta-feira, dia 8 de Julho, seja o ponto de partida para uma mobilização comum, que tem muitas vezes faltado.

(depoimento recolhido por Manuel Vaz, em Paris)
 


13/07/2009
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