alexandre o'neill, de porta em porta
De porta em porta
— Quem? O infinito?
Diz-lhe que entre.
Faz bem ao infinito
estar entre gente.
— Uma esmola? Coxeia?
Ao que ele chegou!
Podes dar-lhe a bengala
que era do avô
— Dinheiro? Isso não!
Já sei, pobrezinho,
que em vez de pão
ia comprar vinho...
— Teima? Que topete!
Quem se julga ele
se um tigre acabou
nesta sala em tapete?
— Para ir ver a mãe?
Essa é muito forte!
Ele tem não tem mãe
e não é do Norte...
— Vítima de quê?
O dito está dito.
Se não tinha estofo
quem o mandou ser
infinito?
Alexandre O'Neill
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